O Brasil poderá
contar com a primeira atleta indígena a disputar uma Olimpíada, em 2024. A
pernambucana Mirelle Leite, de 21 anos, pode ter seu nome escrito na história
ao entrar na pista de atletismo do Stade de France, maior e mais emblemático
estádio dos Jogos da França. Para a tão sonhada classificação nos 3.000 metros
com obstáculos, a filha da etnia indígena Xucuru, localizada no distrito de
Cimbres, no município de Pesqueira, tem treinado diariamente em busca dos
resultados. A intenção da bicampeã sul-americana sub-23 é disputar o maior
número de competições possíveis para pontuar e avançar no ranking nacional, o
qual ocupa a terceira colocação.
Diante do maior
desafio que já enfrentou na carreira, buscar uma vaga em uma Olimpíada, Mirelle
Leite ganhou um reforço de peso. A Neoenergia, líder do setor energético no
Brasil, decidiu entrar na pista junto com a pernambucana e vai correr e saltar
com ela até Paris. A empresa vai patrocinar a indígena, inclusive, com o
custeio de viagens e treinos até os Jogos Olímpicos.
O anúncio foi
feito nesta quinta-feira (18), por meio das redes sociais do Grupo e da própria
atleta. Com este sprint final em busca da vaga em Paris, a corredora poderá se
dedicar exclusivamente ao esporte. Entre as principais competições que Mirelle
já tem presença confirmada estão o Pan-Americano do Chile, em outubro.
“Este
patrocínio é extremamente importante porque minha intenção é participar do
maior número de competições nos próximos meses para pontuar no ranking e assim
garantir a vaga para Paris. Posso dizer que esta é mais uma vitória em uma
trajetória difícil como atleta, mulher, indígena e nordestina. Estou muito
feliz e grata por fazer parte do Time Neoenergia. Isso me dá energia extra para
superar desafios e fazer tudo que estiver ao meu alcance para honrar essa
parceria”, conta Mirelle Leite.
Se no passado
Mirelle Leite conciliava o esporte com o trabalho de diarista, agora, ela tem a
oportunidade de elevar a qualidade dos treinos com equipamentos adequados e uma
rotina mais intensa em pistas oficiais de atletismo em São Paulo, onde também
tem se dedicado a melhorar suas marcas. Antes, a atleta tinha dificuldades para
se deslocar de Pesqueira, cidade a cerca de 200 quilômetros da capital, e
terminava se preparando para as competições em uma área improvisada.
Situado em frente ao Castelo
de Pesqueira, o terreno do antigo jóquei clube da cidade, há mais de 40 anos,
deixou de receber corridas de cavalos e parte da área foi ocupada por moradias.
As medidas da pista, no entanto, resistiram ao tempo e ao crescimento urbano,
permanecendo com dimensões semelhantes às raias de atletismo. Literalmente
passando por cima das dificuldades, as mesas de concreto, instaladas na
pracinha da cidade, serviam de barreiras para os treinamentos de saltos de
corridas com obstáculos.
A atleta segue
dedicada desde a infância, quando encontrou no esporte sua vocação. Apesar das
dificuldades financeiras vividas ao lado de sua mãe e seus sete irmãos, além do
luto pela perda do pai ainda jovem, Mirelle começou a participar de provas aos
11 anos, mesmo sem ter condições de comprar tênis e roupas apropriadas para as
competições. “Minha mãe dava duro como artesã para garantir alimentação
necessária para nossa casa. A situação melhorou um pouco assim que comecei a ter
as primeiras vitórias com prêmios em dinheiro. Quando fui mãe, aos 14 anos,
trabalhava durante o dia e treinava de madrugada enquanto meu filho dormia”,
relembra.
Para a jovem
indígena, a possibilidade de chegar aos Jogos Olímpicos de Paris representa um
importante marco para ampliar a inclusão social dos povos originários no
Brasil. Mirelle Leite é uma das promessas do atletismo brasileiro. Além do
bicampeonato sul-americano (2021-2022), a atleta venceu o título brasileiro na
categoria sub-18 (2019), e foi bicampeã brasileira sub-20, em 2020, e bicampeã
brasileira sub-23, em 2022.
Neoenergia
e o esporte feminino no Brasil
A chegada de Mirelle Leite reforça o Time Neoenergia que já
conta com duas atletas: a campeã brasileira sub-23 de ciclismo de estrada e de
contrarrelógio, Ana Vitória Magalhães, a Tota; e a tricampeã mundial de
kitesurfe, Bruna Kajiya. Além estimular a inclusão da mulher no esporte
nacional, o patrocínio reafirma o fortalecimento e a humanização da marca no
país. A Neoenergia também mantém contrato com a Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) para patrocínio das Seleções Brasileiras Femininas de Futebol,
tanto a principal quanto as de base, e do Brasileirão Feminino Neoenergia.
"Nosso objetivo é o de elevar o esporte feminino e
utilizar a plataforma para nos conectarmos com o coração de todas as
brasileiras e brasileiros. Dessa forma, consolidamos cada vez mais a Neoenergia
como líder do setor no apoio ao esporte feminino e contribuímos para que nossas
atletas conquistem seus objetivos com muita energia e determinação",
afirma o diretor de marketing da Neoenergia, Lorenzo Perales.
O executivo explica que,
durante a vigência do contrato, Mirelle Leite estará presente nas plataformas
digitais da empresa, onde a Neoenergia se destaca. “Hoje, somos a
empresa do segmento que lidera a interação digital com os brasileiros, tendo,
entre outros fatores, o maior número de seguidores no Instagram. O crescimento
nessa plataforma chegou a 191% nos três primeiros meses do ano”,
acrescenta. A atleta estará presente, principalmente, em eventos da companhia e
em conteúdos nas mídias sociais. A marca da Neoenergia também será exposta pela
atleta nos uniformes, em treinos e competições de relevância da modalidade.